Testemunhos com

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A Caixaltur, empresa aderente do CLASSE+, em atividade no mercado desde 2004, reconhecida pelo relacionamento com os clientes e pelo fabrico e montagem de vários sistemas de portas e janelas ao longo de 2 décadas, dá-nos a sua perspectiva sobre o setor em três perguntas:

  • Quais os principais desafios e oportunidades no setor dos vãos envidraçados em Portugal?

O setor dos vãos envidraçados em Portugal enfrenta atualmente vários desafios, nomeadamente:

  • Aumento dos custos das matérias-primas e energia, que impacta diretamente o preço final e os prazos de produção;
  • Escassez de mão de obra qualificada, o que dificulta manter níveis elevados de qualidade e produtividade;
  • Exigências crescentes de certificação e conformidade técnica, especialmente nas candidaturas a programas como o Fundo Ambiental que requerem documentação rigorosa e cumprimento de prazos apertados;
  • Desinformação no consumidor final, que muitas vezes não valoriza devidamente a importância do desempenho térmico e acústico dos materiais.

Contudo, o setor também apresenta grandes oportunidades, nomeadamente:

  • Reabilitação do edificado e transição energética, impulsionadas por programas de incentivo (como o Vale Eficiência e o Programa de Apoio aos Edifícios Mais Sustentáveis);
  • Crescimento da procura por soluções sustentáveis e de alta eficiência energética, o que valoriza os produtos com certificação CLASSE+;
  • Inovação tecnológica (novos perfis, vidros inteligentes, automação) que permite diferenciação no mercado;
  • Internacionalização e parcerias estratégicas, aproveitando a qualidade do fabrico nacional e a reputação crescente das empresas portuguesas.

 

  • Defina a importância da reabilitação do edificado como resposta à atual crise energética.

A reabilitação do edificado, nomeadamente com materiais mais modernos, permite uma construção mais eficiente. Na área da caixilharia, alumínio ou PVC com rotura térmica, bem como vidro com controlo solar, permitem um melhor controlo da humidade/condensação e temperatura no interior de residências (bem como de espaços não residenciais, públicos ou privados). Como consequência direta desta reabilitação, as emissões de CO2 provenientes do uso de aparelhos de aquecimento/refrigeração (AC, aquecedores) e de controlo de humidade (desumidificadores) podem ser reduzidas, no limite, a zero. Além disto, os consumos energéticos – e custos associados – podem ser reduzidos, levando a um crescimento económico direto dos indivíduos e empresas, bem como, mais indiretamente, a uma redução da dependência energética nacional, face a outros países.

 

  • Como avaliam a V/ experiência com o CLASSE+?

A experiência com o CLASSE+ tem sido globalmente positiva, embora não isenta de desafios. O sistema trouxe maior transparência e credibilidade ao setor, valorizando os fabricantes que apostam na qualidade e no desempenho energético dos seus produtos. Permite ao cliente final compreender melhor o valor técnico e ambiental de uma janela certificada, promovendo escolhas mais conscientes.

Entre os pontos fortes destacam-se:

  • O reconhecimento oficial da eficiência energética dos vãos envidraçados;
  • A valorização do produto nacional e da competitividade entre empresas;
  • A ligação ao Fundo Ambiental e a programas como o Vale Eficiência, que estimulam o mercado.

No entanto, persistem alguns desafios, nomeadamente:

  • Complexidade e tempo associados à emissão de etiquetas, especialmente em obras de maior dimensão;
  • Necessidade de maior apoio técnico e digitalização dos processos;
  • Sensibilização dos consumidores e técnicos para a importância real da etiqueta CLASSE+ no desempenho global do edifício.

Ainda assim, o balanço é claramente positivo — o CLASSE+ contribuiu para elevar o padrão do setor e incentivar a eficiência energética em Portugal.

 

Lisboa, 12 de dezembro de 2025