O Grupo Navarra, empresa aderente ao CLASSE+, com mais de 40 anos de atividade industrial, dá-nos a sua perspetiva sobre o setor em três perguntas:
O setor dos vãos envidraçados em Portugal enfrenta atualmente um ponto de viragem importante, impulsionado tanto por exigências normativas como por uma crescente consciencialização ambiental. Os principais desafios estão ligados à necessidade de qualificação técnica, quer ao nível da prescrição quer da instalação, e à promoção de soluções mais eficientes energeticamente. É fundamental garantir que o desempenho dos sistemas é compreendido e valorizado por todos os intervenientes – do arquiteto ao consumidor final.
Por outro lado, esta transição representa uma oportunidade estratégica para o setor se diferenciar pela inovação e pela sustentabilidade.
No Grupo Navarra vemos com particular interesse o papel crescente da digitalização e da etiquetagem energética como ferramentas que reforçam a transparência e valorizam a performance dos produtos. A evolução do mercado para soluções cada vez mais eficientes permite-nos investir em I&D e desenvolver perfis adaptados às exigências térmicas e acústicas dos edifícios contemporâneos.
A reabilitação do edificado é, sem dúvida, uma das formas mais eficazes e urgentes de responder à crise energética que enfrentamos. Em Portugal, o parque edificado é maioritariamente antigo, com baixos níveis de desempenho térmico e, consequentemente, elevado consumo energético. A substituição de vãos envidraçados por soluções mais eficientes pode traduzir-se numa redução significativa da necessidade de aquecimento e arrefecimento, com impacto direto na fatura energética e no conforto dos edifícios.
Neste contexto, a reabilitação deve ser encarada como uma prioridade nacional – uma oportunidade de gerar valor económico, social e ambiental.
No Grupo Navarra temos vindo a reforçar a nossa gama de soluções para reabilitação, adaptando os perfis às restrições dimensionais e construtivas dos edifícios existentes, mas sem comprometer o desempenho técnico. O CLASSE+ tem sido um aliado relevante nesta missão, ao tornar mais clara a proposta de valor para o consumidor final.
A nossa experiência com o CLASSE+ tem sido positiva, sobretudo pelo seu papel enquanto ferramenta de comunicação do desempenho energético dos vãos envidraçados. A plataforma está bem pensada na sua lógica base, promovendo maior transparência e literacia energética junto dos diferentes públicos, desde os técnicos aos utilizadores finais.
No entanto, consideramos que a metodologia de atribuição da classe energética poderia ser mais abrangente. Seria desejável que a etiqueta desse maior ênfase aos materiais utilizados nos caixilhos — nomeadamente integrando indicadores relacionados com o ciclo de vida, a pegada carbónica e o potencial de reciclagem. A ausência destes critérios pode enviesar a perceção sobre o desempenho real dos produtos e não valorizar devidamente materiais com vantagens ambientais comprovadas.
Nesse sentido, acreditamos que uma evolução do CLASSE+ para uma abordagem mais holística do desempenho – que integre não apenas eficiência térmica, mas também sustentabilidade material – colocaria o alumínio numa posição de destaque enquanto solução de eleição: 100% reciclável, resistente, durável e com uma cadeia de valor cada vez mais comprometida com a descarbonização.
Estamos disponíveis para contribuir ativamente para esse caminho de melhoria contínua, que acreditamos ser essencial para fortalecer a credibilidade e o impacto desta ferramenta no setor da construção em Portugal.
Lisboa, 26 de julho de 2025